Procuravas uma saída. Aliás, a única viável.
A claridade do exterior diminuía exponencialmente.
Estavas só, como sempre,
mas desta vez uma completa desorientação
fora adicionada à equação habitual.
Num inútil exercício de memória
incursavas em crescente desalento.
Um ponto temporalmente isolado, da tua realidade,
era agora a tua morada.
A anulação da massa corporal
tornava intermitente o contacto com o solo.
A distância entre ti e ninguém decrescia visivelmente.
Mergulhavas velozmente no irreal,
na constatação do nada.
No último segundo de existência
pousaste o revólver sobre a mesa.
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